As menções a este prático utensílio gastronómico são mais antigas do que se possa talvez pensar. Já a Bíblia judaica referia um objecto semelhante no ano 600 a.C..
Apesar disso, acredita-se que a sua verdadeira origem terá ocorrido nas civilizações gregas e romana. Nessa altura o garfo possuía apenas dois dentes e era usado sobretudo para servir os alimentos e não para se comer de forma individual pois os alimentos, depois de cortados, eram comidos com as mãos.
Em meados do século XI o garfo chegou à Europa através da filha do imperador Constantino VIII de Constantinopla, que trouxe um exemplar em ouro com dois dentes que usava para espetar a comida. Naquela época esse exemplar foi muito contestado pela Igreja pois assemelhava-se à forquilha, utensílio usado pelo Diabo nas representações clássicas. A Igreja defendia também a teoria que os alimentos, sendo dádiva Divina, deveriam ser comidos com as mãos, a forma mais natural e humana. A posterior morte da princesa que não abdicava do talher, veio reforçar estas crenças alimentadas pelo clero, que tiveram o efeito de que durante longo tempo este utensílio fosse proibido.
Começou lentamente a reaparecer no séc. XV popularizando-se em Itália. No século XVI, Catarina de Médici levou-o até França mas a aceitação foi difícil pois os franceses não viam nele grande utilidade chegando mesmo a afirmar que o metal deturpava o sabor dos alimentos.
Sendo inicialmente partilhado por várias pessoas, Henrique III de Inglaterra tornou-o mais popular criando o garfo individual dando assim a possibilidade (muito mais higiénica) de cada pessoa usar apenas o seu.
A partir do séc. XVII o garfo tornou-se cada vez mais difundido na Europa sendo usado em quase todos os lares. Tornou-se mesmo um símbolo de luxo e posição começando até a ser apreciado pelos próprios padres. Neste século a situação inverteu-se e era agora considerado indecoroso comer com as mãos.
Em finais do séc. XVII surgiu o modelo com mais um dente, tendo o actual aspecto de quatro dentes sido criado no começo do séc. XIX. Esta última versão foi amplamente impulsionada por Fernando de Bourbon que detestava ver os longos fios de esparguete escorregar nos garfos de três dentes.
Passados tantos séculos desde a sua criação, hoje em dia o garfo continua a ser o talher que mais se identifica com o processo alimentar, ao ponto de nos referimos às pessoas com bom apetite como sendo “um bom garfo”.
Curiosidades:
– Na época em que ainda se comia à mão, o número de dedos que pegavam na comida identificava a classe social. Os mais nobres usavam apenas três dedos, enquanto a plebe usava a mão completa.
FOI DE MUITA UTILIDADE PARA REALIZAÇÃO DA MINHA PESQUISA. SENAC TURMA GARÇOM.
Também já via historia contar que lá pelo século 12, os Nobres usavam enormes colarinhos sempre brancos e na hora de se alimentar , por usarem as mãos
acabavam sempre sujando a roupa.Comecou então a srgir os primeiros garfos que era de cabos longos , para evitar que o alimento caisse na
roupa..Séculos depois foi aperfeiçoado .
Em 1610 ainda se estranhava o uso do garfo em Inglaterra, quem o usava era Thomas Coryarte que o trouxe de Itália
Obrigado ! Valeu quando criança queria descobrir quem inventou tais objetos . Me lembro que vi muitas mães alimentando seus filhos dando a comida com a mão. E outras até comiam com a mão eu perguntava porque? Eles respondiam para não furar a boca . Amo coisas boas .