O primeiro povo a utilizar os sobrenomes foram os chineses. Algumas histórias perdidas nos tempos e não confirmadas, sugerem que foi durante o Império Fushi (cerca de 2852 a.C.) que foi decretado o uso de sobrenomes. Era normal os chineses da altura usarem três nomes: o sobrenome que vinha em primeiro lugar e era sempre uma das 438 palavras do poema chinês sagrado, o “Po-Chia-Hsing”. Em seguida vinha o nome de família que também era retirado de um poema com 30 personagens adoptado pela família dessa pessoa. Em último lugar vinha então o nome próprio do indivíduo.
Nos primeiros tempos da Roma Antiga apenas se usava um nome próprio. Só mais tarde é que passou a ser comum usar-se três nomes. Mas nesta cultura era tudo diferente da cultura chinesa: O nome próprio ficava em primeiro lugar e era chamado de “praenomen”. Logo a seguir vinha o “nomen”, que normalmente derivava do clã a que pertencia essa pessoa. Por fim, em terceiro lugar, vinha o nome de família conhecido como “cognomen”.
Embora fosse raro, havia ainda alguns romanos que tinham um quarto nome, o “agonomen”, que era utilizado para celebrar actos ilustres ou eventos memoráveis.
Na Europa os sobrenomes só começaram a ser utilizados na Idade Média. No caso da Península Ibérica, a maior parte dos sobrenomes remonta à reconquista do território, que estava debaixo do controlo dos Mouros. Nessa época os reis davam terras e títulos de nobreza aos guerreiros e esses beneficiados adoptavam um sobrenome que normalmente era o topónimo das suas novas propriedades.
Em outros casos os sobrenomes estavam fortemente ligados ao nome do pai. Assim, o filho de Fernando adoptou o sobrenome de Fernandes, o filho de Pedro passou a Peres e o de Gonçalo passou a utilizar Gonçalves.
Já os sobrenomes suecos reflectem o amor desse povo pela natureza, como se pode confirmar nos sobrenomes como “berg” (montanha) e “blom” (flor).
Em outras culturas a utilização de sobrenomes só aconteceu no passado século XX, como, por exemplo, na Turquia, onde foi uma lei de 1935 que determinou a permissão de adopção de nomes de família hereditários.
Assim, ainda hoje em dia, ao conhecermos a origem dos sobrenomes, poderemos avaliar de onde certa família descende e no que trabalhavam ou ficar a conhecer algumas características dos seus ancestrais.