Muito antes da chiclete ser inventada, os seres humanos já mascavam gomas vegetais e por isso, quando nos referimos à origem da chiclete, devemos considerar a goma de mascar como sua percursora natural. Na Suécia, em 1993, foram encontrados, junto de umas ossadas da época da Idade da Pedra, três pedaços de resina de bétula marcados por dentes humanos. Confirma-se assim o hábito intemporal do ser humano mascar gomas.
Alguns historiadores acreditam que os índios da Guatemala mascavam uma resina extraída de uma árvore chamada chicle, para estimular a produção de saliva durante as suas longas caminhadas evitando assim a sensação de secura na boca. Há também indícios de que os Maias também conheciam a goma de chicle, que usavam essencialmente para refrescar o hálito. A goma era extraída de uma árvore nativa do Yucatan e de outras partes do sul do México, bem como do noroeste da Guatemala. Sabe-se que o hábito estava bem enraizado na cultura Maia quando os espanhóis lá chegaram.
Mas, como é natural, a goma de chicle era completamente diferente daquilo que hoje em dia mascamos. A nossa moderna chiclete apenas começou a nascer quando nos finais do século XIX um fotógrafo americano chamado Thomas Adams resolveu transformar a resina da árvore chicle numa fonte de lucros.
Para atingir esse objectivo juntou-se a um general mexicano exilado em Staten Island, Antonio Lopez de Santa Anna, que tinha o hábito de andar sempre a mascar resina de chicle como forma de acalmar os nervos.
A ideia inicial que ambos tiveram foi a de fabricarem pneus adicionando a resina à borracha natural como forma de reduzir o seu custo final. Mas esta opção, após um ano de tentativas, revelou-se um rotundo fracasso.
Sem ideias, uma obra do acaso ajudou Adams e o seu parceiro a chegarem à aplicação “mágica” da resina de chicle. Reza a história que Adams estava numa farmácia à espera de ser atendido quando ouviu uma cliente à sua frente pedir ao farmacêutico uma tablete de cera parafinada para mascar. De repente fez-se luz na mente de Adams. Lembrando-se do hábito do seu amigo, chegou a casa e adicionou açúcar à resina de chicle, moldou-a na forma de pequenas bolas, embalou-as em papeis coloridos e passou a vendê-las em estabelecimentos de Nova Jersey com o nome de “Adams New York Snapping and Stretching Gum”. Estávamos em 1872 e tinha acabado de ser dado o passo inicial no nascimento da Chiclete.
Poucos dias depois começou a receber uma quantidade crescente de encomendas e viu-se obrigado a criar uma máquina para fabricar as chicletes, cuja patente registou.
Em 1875 adicionou alcaçuz à resina e lançou uma nova versão de chicletes chamada “Black Jack”. Estas chicletes foram fabricadas de forma continuada até meados da década de 1870 e, desde essa altura, ainda vão sendo esporádicamente fabricadas e vendidas nos Estados Unidos.
Já com a sua empresa a pleno vapor, a Adams Gum Company foi a primeira a introduzir as máquinas de venda automática no mercado, decorria o ano de 1888. Nesse ano essas máquinas, situadas nas estações de metro, começaram começou a comercializar as já famosas Black Jack e as recém criadas Adams Tutti-Frutti.
Em 1899 a Adams Gum Company era a maior e mais bem sucedida empresa de venda de chicletes nos Estados Unidos.
Actualmente o consumo anual de chicletes nos Estados Unidos ronda as 88 mil toneladas, o que resulta numa média de 175 barras de chiclete por habitante e por ano.