O skate é uma das actividades mais emocionantes, divertidas e agradáveis de hoje, sendo considerado um desporto radical devido ao grau de dificuldade das suas manobras.
Esta actividade recreativa foi imaginada pelos surfistas da Califórnia que queriam ter uma prancha para surfar nas ruas quando o mar não estivesse bom. Isto ocorreu algures entre o final da década de 40 e o início da seguinte.
Os primeiros designs dos skates consistiam em caixas de madeira com rodas de patins aplicadas por baixo. A actividade era conhecida como “sidewalk surfing” (algo tipo “surf de passeio”, em português). Os seus praticantes tentavam executar as mesmas manobras de surf com o skate. Os jovens, sempre atentos às novidades, gostaram e adoptaram este novo “veículo” recreativo, a que que foi chamado de Skate, tendo assim surgido os primeiros skaters.
Sem surpresa, tendo em conta a origem do skate, um dos seus primeiros fabricantes foi a empresa de surf Makaha, que produziu skates parecidos com pequenas pranchas de surf e tratou de os promover e publicitar recrutando equipas de skaters para esse efeito.
O sucesso foi tal que de 1963 a 1965 a Makaha facturou uns colossais 10 milhões de dólares só em vendas de skates.
Esta popularidade desencadeou várias coisas:
– o início das primeiras competições oficiais de skate;
– a criação da revista “Skateboarder Magazine” nos Estados Unidos, em 1964;
– a transmissão na televisão americana do campeonato internacional de 1965;
No entanto, devido à falta de qualidade de construção de muitos dos skates que circulavam no mercado, cujas rodas eram feitas de aço ou de uma espécie de argila composta, ocorreram muitos acidentes graves que levaram a que várias cidades proibissem o uso dos skates. Isto originou uma enorme quebra nas vendas de skates e pelo ano de 1966, não só os skaters tinham diminuído drasticamente, como a entretanto já famosa revista “Skateboarder” deixara de ser publicada.
Em 1971 o americano Frank Nasworthy apercebeu-se que um novo material chamado poliuretano era o ideal para o fabrico das rodas dos skates. Este material tinha um desgaste muito inferior às matérias usados nas rodas existentes, dava melhor tracção e resultava num deslizamento mais suave, mantendo a velocidade e o controlo das rodas a que os skaters já se haviam habituado.
Nasworthy percebeu o potencial que tinha em mãos e investiu todo o dinheiro que tinha – segundo se sabe 700 dólares- e criou a sua empresa Cadillac Wheels Company.
Estabeleceu-se na Califórnia e começou por vender as suas rodas directamente nas lojas de surf. A publicidade do seu produto fez-se através dos próprios utilizadores que compravam as suas rodas, o que resultou numa gigantesca e gratuita campanha de marketing que muito contribuiu para o facto de, chegado o ano de 1975, a Cadillac Wheels vender 300.000 conjuntos de rodas.
Tudo isto fez com que a prática de skate ganhasse um novo fôlego e a revista “Skateboarder” voltou a aparecer, inicialmente com publicação bimensal mas passando a publicação mensal dois anos depois, em 1977.
Nos anos 80 o skate teve um dos seus picos de popularidade com a inovação dos skates e a utilização das pistas em “U” – os “half pipes” – a angariar muitos adeptos. Para a sua popularidade e progresso, também contribuíu o aparecimento de vários nomes do skateboard mundial: Jay Adams, Steve Caballero, Tony Alva, Tom Sims e Stacy Peralta. Foram estes skaters que, sem querer, descobriram um adolescente que, com apenas 12 anos, conseguia executar uns “flips” grandiosos e perfeitos. Era um adolescente magro e com um estilo técnico que impressionava aqueles skaters experientes. Esse rapaz chamava-se Tony Hawk.
A partir daqui o uso do skate não sofreu mais declínios e nos anos 90 o número dos seus adeptos aumentou com a melhoria e diversidade dos produtos lançados no mercado, (skates mais leves e resistentes, com rodas menores), e com a criação de um dia internacional do skater (o “Go Skateboarding Day, em 21 de Junho).
Actualmente os praticantes de topo que entram em campeonatos de skate podem chegar a ganhar milhões através de patrocínios. Considerando que é estimado existirem mais de 20 milhões de praticantes em todo o mundo, não faltarão candidatos para receberem essas quantias.