A história do Segway inicia-se com a imaginação do seu criador, o americano Dean Kamen.
Em 1990, após ter presenciado a enorme dificuldade de um homem de cadeira de rodas a tentar travar num passeio inclinado, decidiu-se a encontrar solução para esse problema, chegando assim ao desenvolvimento do IBOT Mobility System, que consistia numa cadeira de rodas motorizada que podia subir escadas e, entre outras coisas, conseguia levantar a pessoa com problemas de mobilidade de forma a que esta conseguisse olhar para as outras pessoas sem se sentir inferiorizada.
E curiosamente foi com base no IBOT System que surgiu a ideia que deu origem ao Segway e cujo projecto, durante o seu desenvolvimento, era conhecido por Ginger.
Após seis anos de muita investigação e testes, o primeiro Segway Personal Transporter foi apresentado ao público em Dezembro de 2001, começando a ser comercializado no ano seguinte.
O Segway é um veículo não poluente, alimentado com duas baterias eléctricas que lhe dão uma autonomia de 35 kms e uma velocidade máxima de 20 km/h.
O Segway possui vários sistemas redundantes de segurança. Entre eles, estão uma rede inteligente de sensores que permitem que o veículo se auto-equilibre e se desloque em apenas duas rodas sem tombar. Esses sensores utilizam a informação fornecida por dois acelerómetros e por cinco giroscópios que analisam, 100 vezes por segundo, todas as variações do terreno e da posição do corpo do condutor.
Como todos os veículos motorizados, também o Segway exige do seu utilizador alguma habituação pois requer algum equilíbrio e conhecimento dos movimentos de condução. Para andar em frente ou para trás o condutor tem de se inclinar nesse sentido e para virar é necessário oscilar o corpo no sentido pretendido.
Como segurança adicional, os modelos actuais do Segway têm três chaves distintas de activação, uma preta, uma amarela e uma vermelha, que devem ser utilizadas de acordo com a experiência de condução do seu utilizador.
A chave preta destina-se a utilizadores iniciantes no universo Segway. A velocidade é limitada a 9 km/h e o ângulo de viragem é maior e mais lento.
A chave amarela é para utilizadores intermédios. A velocidade aumenta para os 13 km/h e o ângulo de viragem diminui e torna-se mais rápido.
A chave vermelha é para utilizadores avançados, libertando o Segway de todos os limitadores electrónicos, deixando que se usufrua a plenitude das suas capacidades.
Apesar da sua simplicidade e custo de utilização reduzido, este veículo não teve a aceitação da população em geral. Supõe-se existirem três razões principais para isso.
A primeira é o preço. O valor de cerca de 7000 euros é considerado alto para um veículo com autonomia tão limitada e que necessita entre 8 a 10 horas para ser recarregado.
A segunda razão reside no facto de existir uma tendência natural para as pessoas se sentirem desconfortáveis na condução de um veículo de duas rodas com auto balanceamento.
A terceira tem a ver com a impossibilidade de utilização do Segway nas estradas, quer por falta de zonas seguras para o fazer, quer por imposição legal.
Assim, o uso do Segway tem sido restrito a alguns grupos bastante específicos. Foi bem aceite entre a polícia e militares que o usam para patrulhas e transporte de vários tipos de equipamentos. Em algumas indústrias e fábricas tem sido usado para transportar mercadorias e materiais de armazéns.
São também utilizados para levar as pessoas em passeios em parques. A ilha de Angel em San Francisco usa o Segway para levar as pessoas num passeio turístico a toda a sua volta.
Existem vários modelos de Segway disponíveis, desde o tradicional até à versão todo terreno.
Apesar da sua pouca utilização pelas pessoas comuns, não se sabe se porventura a história do Segway não estará apenas no seu início. Embora actualmente o seu uso possa ser reduzido, não se pode ainda afirmar que não virá a ser muito mais utilizado nos tempos vindouros.