Embora não seja do senso comum, os semáforos já eram usados antes mesmo dos carros serem inventados.
Naquela época, para se deslocarem as pessoas utilizavam cavalos, vagões e outros meios de transporte. Apesar da densidade populacional não ser igual à de hoje, mesmo assim o tráfego era intenso nas maiores cidades do mundo.
Precisamente para fazer face a isso, foi na cidade de Londres, por volta de 1868, que os controladores de trânsito decidiram implementar um dispositivo básico de controlo do trânsito: uma lanterna a gás com duas luzes – vermelho e verde – e dois braços que eram movimentados por polícias.
De dia a posição dos braços indicava se o trânsito podia andar ou devia parar, da seguinte forma: se estivessem na horizontal, indicavam a obrigação de parar, se estivessem posicionados a 45 graus davam permissão de se seguir viagem.
Já durante a noite a luz verde significava “cuidado” e a luz vermelha indicava que se devia parar. Infelizmente este sistema de luzes cedo provou ser inseguro. Em menos de um mês um deles explodiu, ferindo um dos policias que o operavam.
No início do século XX, os transportes estavam ainda em transição. Algumas pessoas usavam os novos automóveis, outras ainda usavam cavalos, vagões ou bicicletas. É claro que todos compartilhavam as mesmas estradas e ruas com os peões. Como seria previsível, isto resultou em séries e séries de acidentes, muitos deles mortais.
A Alemanha resolveu abordar o problema construindo torres no meio de cruzamentos da cidade de Berlim. Nessas torres trabalhavam policias dentro de umas cabinas a mudarem as luzes conforme necessário. Este tipo de torre, que teve várias variações durante as décadas seguintes, foi muito utilizada em Nova Iorque a partir de 1916.
Mas foi nos Estados Unidos que nasceu o sinal de três cores, pensado e criado para gerir o trânsito nos cruzamentos.
Um policia de trânsito da cidade de Detroit, chamado William L. Potts sentiu que algo tinha de ser feito. A sua inspiração veio dos sinais ferroviários automatizados. Mas a diferença era que as vias ferroviárias seguiam um caminho de sentido único e sem cruzamentos de vias, enquanto que as ruas possuíam dois sentidos e cruzavam-se entre elas em ângulos rectos.
Potts concebeu então um dispositivo de trânsito que poderia controlar ruas de quatro sentidos. Ele usou três cores, vermelho, amarelo e verde. Colocou o sinal ligados a controlos eléctricos e fios. Em 1920, instalou o primeiro entre a Avenida Michigan e a rua Woodward. O seu funcionamento revelou-se um sucesso tal, que a polícia de Detroit instalou mais 14 em doze meses. Estes foram os primeiros sinais de trânsito automáticos do planeta.
É óbvio que a invenção de Potts não foi a última a ser imaginada para os sinais de tráfego. Em 1923, Garrett Morgan de Cleveland, Ohio, inventou e patenteou o seu próprio sinal de trânsito. Tratava-se de um semáforo formado por uma haste em forma de T e que desempenhava três acções na gestão de tráfego: parar, ir e parar todos em todas as direcções. Sem dinheiro, Morgan vendeu os direitos da sua invenção à General Electric Corporation por 40.000 dólares.
Hoje em dia os semáforos mais inteligentes já são geridos por computadores ligados a câmaras e sensores que os fazem funcionar conforme o fluxo de trânsito, a hora do dia e até o tipo de viaturas que se apresenta em determinada via.