No dia 1 de Julho de 1979 foi lançado no mercado aquele que viria a ser um dos maiores produtos de sucesso da electrónica de consumo, o Walkman.
Tudo começou quando um dos fundadores da Sony, Akio Morita, percebeu que o futuro estava na portabilidade, tendo para isso obtido a licença para utilização de um extraordinário invento dos laboratórios Bell, o transístor.
Após várias tentativas, o outro fundador da Sony, Masaru Ibuka, no decurso de uma conversa com os seus engenheiros, deu-lhes indicação para combinarem um leitor de cassetes sem capacidade de gravação com os auscultadores portáteis que estavam a desenvolver.
É verdade que a ideia de Ibuka pareceu um autentico disparate a todos os engenheiros da divisão áudio da Sony. Naquela época a única forma de se ouvir música era através de aparelhagens de sala, não existia qualquer aparelho com portabilidade e autonomia para se levar em passeio. Precisamente por isso todos achavam que a opção por um aparelho de música individualizada contrariava os hábitos de audição da época e não seria bem recebido no mercado.
Mas Ibuka decidiu submeter o aparelho à apreciação de Akio Morita, que aceitou quase imediatamente a ideia, até porque ele há muito que pretendia um aparelho que lhe permitisse ouvir as suas óperas favoritas durante os voos transatlânticos.
Morita também decidiu que o Walkman deveria ter como público alvo os jovens e adolescentes, pelo que o preço deveria ser mantido baixo mas sem nunca comprometer a qualidade final.
Apontou-se o objectivo de venda de 60 mil unidades, fez-se uma pequena campnaha de marketing, essencialmente com base em acções de relações públicas, com oferta de aparelhos a celebridades, artistas de música e atletas famosos. Foram enviadas todas as informações necessárias para a imprensa em cassetes, em vez de papel, e foram desenvolvidas acções de promoção nos principais parques de Tóquio.
Toda esta originalidade não passou despercebida e conseguiu proporcionar à Sony uma enorme cobertura jornalística.
Paralelamente à campanha de marketing, os walkman foram postos à venda em todos os retalhistas de produtos de electrónica de consumo, que no fundo eram os locais onde a Sony já comercializava os seus produtos.
Apesar de toda a publicidade, no final do primeiro mês de vendas nem um único Walkman tinha sido vendido. Passou o mês seguinte e o panorama manteve-se, zero unidades vendidas. E eis quando, sem nada que o fizesse prever, em Setembro os Walkmans pura e simplesmente esgotaram completamente, foram vendidos até à última unidade.
Quando a Sony analisou este fenómeno, concluiu que o público alvo que havia escolhido não era o mais adequado. Quem estava a comprar os walkman não eram os jovens adolescentes mas sim os jovens profissionais urbanos (os “yuppies” em inglês). Por terem um poder de compra superior, eram já habituais consumidores de tecnologia de consumo e gostavam também de se destacarem com as últimas novidades por questões de status.
Assim, perante esta conclusão, Akio Morita alterou a publicidade dirigindo-a para esse extracto social, o que se veio a revelar uma opção acertada.
A partir daqui o Walkman tornou-se um fenómeno de massas por todo o mundo. Em 1980 a produção passou para 250 mil unidades por mês e em 1998, menos de 10 anos após o seu lançamento, as vendas já ultrapassavam 50 milhões de unidades.
Até hoje, de todas as inovações criadas pela Sony, nenhuma teve tanto êxito junto dos consumidores a nível mundial como o Walkman, que apenas foi “derrotado” com o advento da música digital e dos leitores MP3.
O walkman foi inventado pelo meio brasileiro, meio alemão Andreas Pavel. Esse japa ai apenas roubou a invenção e apresentou como sendo dele.A Sony, em acordo extrajudicial, já reconheceu Andreas Pavel como verdadeiro criador do walkman, o indenizou e paga royalities a ele até hoje. Favor corrigir a matéria.