Quem não gosta de um delicioso docinho a acompanhar um café?
A resposta a esta pergunta deverá ser maioritáriamente positiva, mas para se ter o prazer que ambos proporcionam é preciso o contributo dessa agradável substância que dá pelo nome de açúcar. Aliás, se pensarmos bem, sem ele muitas das iguarias por nós confeccionadas seriam impossíveis de concretizar. Apesar da sua inquestionável importância actual, a verdade é que quando apareceu no ano 6.000 a.C., na Índia, era exclusivamente utilizado para temperos e remédios, pois nessa altura todos os alimentos doces eram produzidos com mel natural.
Reza a história que aquando da conquista da Índia Oriental por Alexandre, o Grande, um seu general reparou que os indígenas usavam uma espécie de pó obtido a partir da cana, parecido com sal mas que não era salgado e sim doce. Pelo seu aspecto passaram a chama-lo de “sal indiano”.
Nesse início, o açúcar era transaccionado em pequenas porções atingindo altos valores nos mercados gregos e romano. Na Pérsia, conquistada pelos Árabes em 650, já se pensava num modo mais prático para o transporte da substância através do seu refinamento. Isso fez com que os Árabes iniciassem um processo de cultivo da cana em mais regiões para que o negócio prosperasse mais rapidamente.
Chegada a Idade Média também as cruzadas, cerca do século XII, contribuíram para que o produto fosse conhecido na Península Ibérica. Mas no Ocidente o elevado preço do açúcar implicava o seu pouco uso na alimentação, servindo quase só para conservação de frutas e fabrico de remédios contra a Peste Negra que assolava o continente.
Nos séculos XVII e XVIII o açúcar europeu provinha quase exclusivamente do Brasil e das Antilhas mas os grandes conflitos entre franceses e ingleses determinaram uma diminuição da importação de açúcar para a Europa, o que levou a que, em 1747, se tentasse iniciar a produção de açúcar a partir da beterraba, através da investigação de um químico prussiano, mas razões económicas impediram a sua continuidade. No entanto Napoleão incentivou essa produção e em 1802 foi criada a primeira fábrica de açúcar francesa.
Apesar disso, como prova de que muitas vezes as primeiras opções são as melhores, o açúcar mais utilizado hoje em dia em todo o mundo continua a ser o açúcar de cana, contribuindo para o nosso prazer na degustação culinária.
Curiosidades:
– Diz-se que a palavra “açucar” deriva das palavras árabes “al zukkar”.
– A cana de açucar é também utilizada para produzir etanol (álcool).
– O maior produtor mundial de açucar é o Brasil.