origem das coisas
A Origem das Coisas

Quando, Onde, Como, Por Quem…

 
   

A tatuagem é provavelmente uma das formas de modificação do corpo mais conhecidas e cultivadas no mundo.

Diversos documentos históricos demonstram que as tatuagens já eram usadas no antigo Egipto, entre 4000 e 2000 a.C., bem como no na China e no Japão há cerca de 7000 anos atrás.

No antigo Egipto, foram encontradas diversas múmias com tatuagens de conteúdo mágico ou médico. Uma delas, de uma sacerdotisa de 2000 a.C, apresenta linhas horizontais e paralelas à altura do estômago, muito provavelmente como uma forma de protecção contra gravidez ou doenças. Outras múmias com o mesmo tipo de sinais foram encontradas no vale do rio Nilo. Segundo os especialistas, as tatuagens em múmias do sexo feminino tinham um efeito cosmético, para realçar seus encantos.

Estas civilizações (Egipto, China e Japão) foram pólos de descobrimento e de comércio, contribuindo assim para a disseminação  das tatuagens o que decerto justificará o facto de bem mais tarde, por volta de 1100 d.C. terem sido encontradas por toda a Ásia, Polinésia e Nova Zelândia.

Existem igualmente registros de que os celtas, os pictos, os vikings, os dinamarqueses, os normandos e os saxões também se tatuavam. Já no continente americano só em 1846 é que um tatuador se estabeleceu em Boston, embora os nativos do continente já usassem uma forma de tatuagem muito antes dessa data.

Nas civilizações menos avançadas, as tatuagens serviam para exprimir o carácter dos indivíduos e para estabelecer a hierarquia entre os elementos duma mesma tribo, quer religiosa quer socialmente. Normalmente as tatuagens referiam-se a marcos da sua vida, desde o nascimento à morte, por vezes representando também características da sua vida social.

Os primeiros cristãos clandestinos, debaixo do poder pagão, identificavam-se através de uma quantidade de marcas tatuadas como cruzes, peixes, as letras IHS e letras gregas.

IHS – Iniciais da frase Latina “Iesus Hominun Salvator”, que significa “Jesus, dos Homens Salvador”

As tatuagens modernas foram iniciadas pelo dinamarquês Knud Harald Lucky Gegersen mais conhecido por Lucky ou Mr. Tattoo, que era desenhador e pintor.

A sua perícia e qualidade técnica deu origem a que se comentasse que uma tatuagem sua era sempre boa só pelo simples facto de ter sido feita por ele. Em 1975 foi considerado o único profissional de tatuagens da América do Sul. A sua morte em 1983 veio permitir que outros, seguindo a sua técnica, continuassem o seu trabalho.

Hoje em dia o uso da tatuagem está cada vez mais na moda por questões puramente estéticas. Elas são aplicadas usando uma enorme variedade de motivos e tamanhos sendo até geralmente feitas com uso de várias cores. Os mais fanáticos têm-nas muitas vezes no corpo todo.

Curiosidades:

– A palavra tatuagem deriva da palavra inglesa “tattoo”, que por sua vez é oriunda da palavra polinésia “tatau”, que é uma onomatopeia que significa bater – (os nativos usavam um instrumento de osso para tatuar, no qual batiam com um pedaço de madeira).

– Devido a uma antiga lenda, existe a crença que ter tatuagens em número par dá azar. Diz-se que nos mares europeus, algures entre os séculos XV e XVII, um navio pirata naufragou e todos piratas que tinham tatuagens em número par no corpo morreram, enquanto que todos os que as tinham em número impar sobreviveram.

– O Governo da Inglaterra adoptou a tatuagem como uma forma de identificação de criminosos em 1879 e foi a partir daí que, no Ocidente,  a tatuagem ganhou uma conotação negativa e associada à criminalidade.

2 Responses so far.

  1. Fernão Gomes diz:

    A tatuagem que tem como legenda «IHS – Tatuagem a simbolizar o nome de Jesus Cristo (em Grego)» é um erro, porque as letras não são gregas, aquilo é um conjnto de três letras (monograma) de uma frase latina que é [Iesus* Hominun Salvator”] = (Jesus Salvador dos Homens), se quiser inverter a ordem da palavras para ficar igual ao latim – “Jesus, dos Homens Salvador”. Há quem pense que é Jesus Hóstia Santa, mas é errado.

    • admin diz:

      Muito obrigado pela sua visita e pela importante correcção, que está já reflectida no artigo.

      Esperamos que tenha gostado de cá estar e que volte mais vezes.